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1819: O início do povoamento pertencendo a Porto Alegre

A fundação do povoamento veio originar com a doação a Igreja de terra por Francisco Antonio da Cunha e sua mulher Angélica M.ª Conceição em 1819, para que fosse erguida uma Capela em homenagem a Santa de devoção. "Nossa Senhora das Dores". A construção do templo foi um fator de concentração populacional, pois, antes os habitantes da região, para terem acesso ao sacramento Religioso precisavam dirigir-se à Igreja de Triunfo, situada à cerca de 18 léguas dali.

 
1831: O Distrito de Dores de Camaquã passa a Vila de Bom Jesus do Triunfo

Através do Decreto de 25 de outubro de 1831, sancionou e mandou executar a Revolução originada da Assembléia Geral Legislativa. Por essa Revolução passaram a pertencer à Vila de Triunfo os distritos de Santo Amaro Taquari, Dores de S.J. passando essas Vilas a terem juizes Tabelionatários e Contadores.

Dessa forma o município de Triunfo passa a ter uma extensão de 17.500Km2, quase um Estado.

Após instalar-se a Vila de Triunfo é que a Regência, por Decreto de 13 de novembro de 1832, resolveu fichar normas para a instalação de novas Vilas. Em 4 de maio de 1833 foi então dividida a Vila em 14 Distritos.

Esta diferenciação no antigo território de Triunfo serviu de origem a criação, no futuro, de novos Municípios.

 
1833: Dores elevada à condição de freguesia

Em 29 agosto de 1833 o Distrito de Camaquã, pertencente a Triunfo, foi elevado a freguesia, com a sede e a invocação de N. Srª das Dores de Camaquã.

Estava plantada a semente da futura emancipação administrativa.

A Câmara Municipal de Triunfo continuava a tomar medidas de interesse do Distrito de Dores. Um Ofício de 17 de fevereiro de 1834, da notícia de que Manuel Barbosa era o Procurador da Irmandade de N. Sª das Dores.

 
1846: Dores, pela segunda vez, volta a pertencer ao município de Porto Alegre

Em 15 de abril de 1846 com o fim da Revolução Farroupilha o distrito de Dores, pertencente ao Município de Triunfo, ficava anexo ao da capital.

Neste tempo a Freguesia de Dores teve sua vida político-administrativa normalmente exercida na condição de distrito. Mas Dores não desiste de lutar por sua própria autonomia administrativa.

 
1857: Dores de Camaquã obtém sua primeira autonomia administrativa

Em seu inicio Dores teve como centro de interesse comunitário principal o religioso, em função dele, surgiram outros, inclusive o econômico e o político.

Dores se constituiu distrito depois a Freguesia primeira de Triunfo; mais tarde de Porto Alegre; por fim de 16 de dezembro de 1857, assinado pelo conselheiro, Ângelo Muniz da Silva Ferroz, foi elevada à categoria de Vila.

Já naquele tempo, a nova Vila demonstrava preocupação com o processo eleitoral; tanto assim que sua Câmara a 20 de dezembro de 1858 anuncia o número de eleitores e de votantes distribuídos em duas paróquias:

• Distrito de Dores - 4 eleitores e 210 votantes.

• Distrito de S. João Batista - 5 eleitores e 255 votantes.

Como nessa época Dores de Camaquã, cuja existência na condição de Vila apenas começava, estivesse irremediavelmente ameaçada de perder sua autonomia e de ver a sede Municipal transferida para o distrito de São João. Em 4 de dezembro de 1860 foi assinado um documento pelos vereadores removendo a sede da Vila para a Freguesia de S.João de Camaquã.

A 20 de novembro de 1861 a Assembléia Legislativa se reúne para uma nova sessão onde Dores incorpora a Freguesia de S. João Batista e este perde a sua autonomia.

 
1861: Dores, pela terceira vez, volta a pertencer ao município de Porto Alegre

Mesmo com toda a luta Dores não consegue conservar sua sede e sua autonomia fora em vão. Então é declarado extinto o Município de Dores a 4 de dezembro de 1861.

Foi um curto período em que Dores pertenceu ao Município de Porto Alegre, a 31 de outubro de 1862 o Desembargador Francisco de Assis, presidente da Província argumentou a favor do restabelecimento do Município de Dores.

Em 27 de julho de 1862 no Colégio Eleitoral reuniram-se os Deputados à Assembléia Geral Legislativa para eleger um representante de Dores de Camaquã onde Dr. Antônio Alves Guimarães de Azambuja ganhou através de uma eleição.

 
1864: Dores de Camaquã passa a ser distrito da Vila de São João Batista de Camaquã

Com a perda de sua sede municipal Dores sofre uma grande mudança na sua vida política, perdendo a sede administrativa para seu antigo Distrito São João, pois este se torna Vila e inclui em seu território o Distrito de Dores, à 6 de abril de 1864.

Por fim São João consegue elevar-se categoria de Vila de freguesia em 9 de abril do mesmo ano.

Em 7 de janeiro de 1865, assumiram os principais vereadores, entre os quais Bento Gonçalves da Silva Filho. Na Guerra do Paraguai esse município construiu com aproximadamente 1000 homens, entre voluntários e Guardas-nacionais, onde voltaram apenas 400.

Isso significava vitória de São João Batista, mas Dores continuou reivindicando sua autonomia.

 
1875: Pela segunda vez, Dores de Camaquã obtém sua autonomia administrativa

Depois de ter desaparecido por mais de uma década na qualidade de município autônomo, Dores, embora com a superfície territorial reduzida quase à metade, consegue novamente a posição de sede de município em 19 de abril de 1875, assinado pelo presidente da Província José Azevedo de Castro em 9 de agosto de 1875, é instalada a Câmara Municipal; os primeiros vereadores tiveram que jurar aos Santos Evangélicos desempenhar as obrigações de vereadores e promover quando em si couber os meios de sustentar a felicidade do Município; presta este juramento é que ficaram empossados dos feridos cargos.

O município prosseguia no exercício normal de sua vida pública até então. Tais incidentes, entretanto, a expressão de luta entre duas ideologias, a Monarquista e a Republicana.

Os Monarquistas tinham a forma de Governo supremo ordinariamente hereditário, diferente dos Republicanos onde sua forma do Governo suprema, mas o poder é exercido temporariamente isso fez com que entrassem em conflito.

Pouco depois, a proclamação da Republica modificou a marcha dos acontecimentos.

Passado 10 anos faleceu em Dores seu líder republicano, César Augusto Moreira. Sua morte ocorreu a 18 de agosto de 1899.

Com a morte desse maior líder da região Dores começa a dar para trás na vida política e administrativa, isso causou uma grande mudança e fez com que Dores perdesse sua autonomia.

 
1911: Dores, pela quarta vez, volta a pertencer ao município de Porto Alegre

Depois, mais de vinte anos de vida republicana, Dores de Camaquã ainda sofria as conseqüências econômicas da abolição da escravatura; da competição de outros mercados em relação aos produtos principais que eram base de sua economia; e do desvio da estrada estadual pelo Porto de Tapes. Esses foram sem dúvida, motivos suficientes para debilitar o organismo funcional do município.

O presidente do Estado do Rio Grande do Sul Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, considera que o município de Dores não tinha mais condições de prover às despesas exigidas pelos serviços que lhe eram encarregados.

Considerando que a sua decadência, é manifestada e insuficiente as suas rendas, apesar das fortes contribuições lançadas sobre as minguadas fontes de produção.

Por estes motivos, invocados o conselho, pedi a anexação a Porto Alegre, em janeiro de 1911.

 
1913: Pela terceira vez, Dores de Camaquã obtém sua autonomia administrativa

Após o curto período de 2 anos e 5 meses em que pertenceu a Porto Alegre, venceram os dorenses, pois foi restabelecido o município de Dores de Camaquã a 15 de junho de 1913, assinado por Borges de Medeiros. Como restabelecimento do município, a 10 de julho de 1913, assume o cargo de intendente provisório Inácio dos Santos Abreu e os conselheiros municipais. Pela Lei Municipal de dezembro do mesmo ano, foi promulgada a Lei Eleitoral do Município.

Com a Revolução de 1923 não foi possível realizar o pleito, suspendendo a eleição que se realizara no dia seguinte.

Porém as 15 h ocorreu um ataque de mão armada, fato até aquele momento desconhecido. A vida de Dores sofrera esse ataque a 25 de junho com aproximadamente 60 homens, comandados por Manuel Batista Martins e João Nunes. Com isso não mais se realizou a eleição.

Em 13 de março de 1924 o vice-intendente Barbosa criou a zona colonial serrana do município, um novo distrito, com a denominação de ''Terceiro", tendo como sede a povoação "Colônia Rio Grande", hoje é o município de Cerro Grande do Sul.

Em 31 de dezembro de 1925, tomou posse no cargo de intendente Adiles de Araújo Peixoto. É nesse governo que se vai dar a transferência da sede e a mudança do nome para o município de Tapes.

 
1929: Transferência da sede municipal de Dores de Camaquã para Tapes

Ao analisarmos a transferência de sede municipal de Dores para Tapes, não podemos, deixar de lembrar a contribuição de Levino Chaves Martins pela imprensa, na propaganda e concretização da mudança para Tapes.

Tapes está localizada na Sesmaria concedida a 21 de maio de 1790, pelo Vice-Rei D. LuIs de Vasconcelos. Como fosse Patrício devoto de N.ª Srª do Carmo, obteve em 17 de maio de 1853 licença de D. Feliciano Prates, para poderem celebrar missa, batizados e casamentos em sua fazenda de N.ª Srª do Carmo.

Essa licença levou mais tarde a chamar-se de N.ª Srª do Carmo a paróquia de Tapes em homenagem ao fundador da cidade de Tapes, Patrício Vieira Rodrigues.

Em virtude de ter instalado uma charqueada na foz do arroio, na lagoa dos Patos, de haver servido essa charqueada como navegação de sua propriedade e de ter feito sociedade em uma casa comercial na referida charqueada. Em função desse centro de interesse, na Charqueda, no porto, navegação e na casa de comércio, é que se originou concentração populacional nesse lugar.

A 6 de janeiro de 1929, houve um plebiscito para decidir quanto à disputa relativa da sede municipal. Em duas sessões extraordinárias, a 16 e 17 daquele mês, foram apurados os votos, ficando transferida a sede municipal para Tapes e Dores ficando como 2º distrito de Tapes.

Desta maneira Dores novamente perde sua autonomia administrativa.

 
1938: Mudança de nome da antiga sede municipal

Em 29 de novembro de 1938, Dores na condição de 2° Distrito de Tapes, passou a se chamar Vila Vasconcelos, em homenagem ao seu primeiro intendente, Manuel da Cunha Vasconcelos, onde ficou por 4 mandatos sucessivamente, estudou em Portugal deste a infância, tendo feito o curso jurídico na Universidade de Coimbra.

Participou da Revolução de 1893 e trabalhou intensamente pela Proclamação da República também fora nomeado Delegado de Policia, veio a falecer em 1910.

 
1992: Pela quarta vez, Dores de Camaquã obtém sua autonomia administrativa

Em 20 de Março de 1992, através de plebiscito, o município conquista novamente sua autonomia política, passando a denominar-se Sentinela do Sul.

Sentinela do Sul possui uma área de 282 Km2, onde distribuem-se 5.300 habitantes.

O município recebeu o nome de Sentinela do Sul por localizar-se em uma zona elevada permitindo que os soldados revolucionários montassem guarda, observando as tropas inimigas, hoje, por sua vez, os habitantes guardam e preservam o que diz respeito ao município e a comunidade.

 


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